quarta-feira, 4 de maio de 2011

Batendo nos amigos...

Como pode? Ele não é assim em casa...

Você pode não dizer essa frase, mas vai lembrar-se dela quando o professor contar que na escola ele come superbem, deixa as coisas dele arrumadas, não faz manha depois que cai. Acontece mesmo: se bobear, é o professor quem viverá essas histórias com o seu filho enquanto você apenas ouvirá falar delas. Não sinta (tanto) ciúmes.

Uma marca de mordida no braço do seu filho, um recado na agenda sobre comportamento, o sumiço de um item do material escolar ou o aparecimento de uma coisa nova (qual seria pior, hein?). Há peculiaridades do dia a dia escolar com as quais a gente nem imagina que terá de lidar.
Como reagir aos problemas ?

Quando os pais recebem uma incômoda notícia, o que devem fazer? Sempre que puder, a família deve procurar os professores ou a direção da escola sobre essas questões, e criar um mesmo discurso no ambiente escolar e em casa. Eu, por exemplo, marco uma reunião com os pais antes da matrícula ou nos dias que antecedem o início das aulas, e falo sobre tudo o que pode acontecer. Pinto um quadro bem tenebroso, confesso, falo das mordidas, que ele vai cair, que pode bater em um amigo. Mas conto também as coisas incríveis que vemos aqui dentro e que os pais muitas vezes nem imaginam.

Por que alguns pais ficam tão abalados?Eles levam o assunto para o lado emocional (e pessoal). Antes não acontecia isso porque a criança estava em casa, apenas no convívio familiar. Agora o contexto é outro: o coletivo. Tudo muda. Ele não é só seu, é do mundo. Aos poucos, enxergam que estas situações são comuns. E que não são 520 problemas, mas uma mordida, uma queda...

Qual é a melhor dica que você daria aos pais? Não agir de forma precipitada. Não vai resolver nada querer tirar satisfação com a mãe do colega que deu a mordida, falar de um jeito mais ríspido ou dar bronca no professor na frente de todo mundo.

Conte suas histórias

Puxe pela memória suas lembranças de escola. Isso vai ajudar a entender como era gostoso curtir os amigos, os professores, o ambiente novo, que traz tantas descobertas. E, de quebra, pode render um bom papo em casa para seu filho notar as conquistas (e até dificuldades) que você teve. Ótimo para aumentar a cumplicidade entre vocês.

Ele bate no amigo

Vai acontecer. É mais comum na fase dos 2 ou 3 anos. Às vezes se defende mordendo. Mas em outras ocasiões a criança bate mesmo. Se seu filho foi a vítima, entre em contato com a escola e diga o que aconteceu. Você e o professor podem orientá-lo dizendo que ele pode segurar o colega, se defender, fugir e chamar a professora. Se seu filho foi o agressor, procure a escola para ver como vocês podem resolver isso. Ao contrário do que se pensa, ser o pai do que morde pode ser mais complicado de resolver.

O valor da escola

Pode parecer um assunto subjetivo, mas no dia a dia é fácil notar como a escola conduz a transmissão de valores às crianças – e como eles batem ou não com os seus. É a reação da escola – seja por parte da direção, do professor ou dos alunos – diante de situações que provoquem ações solidárias, como demonstrações de generosidade, valorização da amizade, o incentivo ou o limite do consumismo e, inclusive, o posicionamento em conversas e atitudes que estimulem o cuidado com o meio ambiente, com o planeta. Os valores de uma escola se refletem em um novo aprendizado do dia, na festa no final do ano, nos detalhes da lição de casa ou naquela história que seu filho vem te contar, feliz da vida.


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